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Por Uma PJMP Cada Dia Mais Profética

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013 | Neyl Santos

                Dando continuidade nas discussões a cerca do trabalho Pastoral da PJMP Hoje. Quero compartilhar mais algumas reflexões, agora, sobre a linguagem por nós empregada.

                Nossa Pastoral tem mais de três décadas de História. Nasceu sob o contexto de abertura do regime militar, a partir de remanescentes da Juventude Operaria Católica e sob o pastoril de Dom Helder Câmara. No campo eclesial, sob influencia do Concilio Vaticano II e no campo social, dentro de uma realidade de miséria de nosso povo.

                Passados praticamente 35 anos, as contradições capitalistas se aprofundaram, muitas das referencias do então MJMP de 1978 desapareceram, e tivemos muitos avanços em todos os sentidos. A Conjuntura é completamente diferente.

                Mas três mudanças merecem destaque especial: A hegemonia das idéias neopentecostais na Igreja (sobretudo no segmento juvenil); A reorganização do capitalismo mundial em sua face globalizada e baseado no capital especulativo; E os avanços conseguidos com diversos governos de esquerda e centro-esquerda em boa parte da America Latina, no Brasil, com dez anos de governo político do Partido dos Trabalhadores (que historicamente ajudamos a construir).

                Esses três processos são responsáveis, por mudanças não nos sonhos da Juventude, mas na forma de buscar esses sonhos. E nova realidade, exige nova linguagem.

                Contudo, na boca de alguns militantes ainda vigora um discurso de 1978, muitas vezes com instrumentos de 1978, ignorando as reais mudanças, inclusive na vida do povo. As vezes, parecemos uma Pastoral saudosista, sem nexo com a realidade.

                Na Assembleia Regional da PJMP NE II (em Santa Fé, PB 2010), lembro de uma discussão sobre a Pós Modernidade (conceito que hoje eu discordo) onde alguns militantes questionavam o que é o “Meio Popular”, um companheiro perguntava “Será que ser do meio popular hoje é ter dois celulares?”. Aquilo ficou na minha cabeça. Hoje responderia a ele que é claramente um sinal do “Meio Popular”, e que os jovens têm hoje dois ou três chips para aproveitar as promoções oferecidas pelas empresas de telefonia móvel e economizar na conta.

                Precisamos urgentemente, nos dedicar aos estudos, e a analise de nossa sociedade e de nossa Igreja, para que nosso discurso continue sendo profético, continue dialogando com a realidade da juventude. Falar por exemplo de desemprego para os jovens de Pernambuco é falar pro vento, o estado alcançou a taxa de 5% de desemprego, é considerado como um estado onde não existe desemprego (estes 5% estariam saindo de um emprego para outro). Os jovens pernambucanos estão preocupados é com as condições de trabalho, na forma de como conciliar o trabalho com os estudos com a vida pessoal (e em alguns casos, a militância). Os jovens das periferias conseguiram melhorar minimamente suas condições de vida, muitos estão em universidades, a maioria trabalhando (mesmo que em subempregos), praticamente todos na escola e etc.

                Se a PJMP não conseguir dialogar com esses jovens, a partir de seus atuais anseios, estará infelizmente, fadada a encolher e se perder no tempo.

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