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Pensando a PJMP

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013 | Neyl Santos


                O constante estado de modificação na conjuntura social, política e econômica, cada dia mais dinâmico, exige um também constante processo de reciclagem das organizações populares que se propõe a organizar o povo. Ainda mais, quando a organização tem mais de três décadas de história e tem como publico alvo a Juventude. Nesse sentido a Pastoral da Juventude do Meio Popular, deve se abrir a um profundo debate sobre temas que vão, desde caráter da organização até a linguagem empregada no processo de evangelização. Por isso, Como militante, Aluno da Escola Nacional José de Adelar Nunes e Delegado da XV Assembleia Nacional da PJMP, pretendo nas próximas semanas, publicar alguns textos, tornando publicas minhas inquietações relativas aos nossos desafios enquanto Pastoral.


As reflexões como as das linhas a seguir, não pretendem apresentar verdades absolutas, soluções para os problemas hoje enfrentados em nosso meio, mas sim, dar inicio e fermentar uma discussão mais ampla, visando a XV ANPJMP, em maio de 2013.

                Quero começar o debate sobre um ponto que o companheiro André Fidelis (CNPJMP) me falou há alguns anos atrás: “Os Jovens se unem, e o grupo ganha força, quando existe um objetivo claro em vista”. Sabemos dos objetivos da PJMP e podemos elencá-los sem maiores dificuldades, mas não falo disto, falo de como fazer com que estes objetivos, saiam do campo da subjetividade e tomem corpo. Temos alguns exemplos, como o nosso engajamento recentemente na Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, onde mesmo sem uma organização interna mais consistente, as bases vestiram a camisa e tomaram as ruas (claro que dentro do que nossas pequenas pernas podem fazer). Ora, a questão da violência e do consequente extermínio da juventude brasileira e sobretudo da juventude empobrecida não é um problema de hoje, e porque só hoje nossos jovens se atentaram para isso? Agora estamos vivendo o Ano Missionário da PJMP, e embora nossa Pastoral tenha DNA missionário, foi preciso "criar este Ano” para que o processo de articulação, fortalecimento e ampliação da PJMP, se tornasse uma coisa orgânica, algo que envolvesse e que todos e todas se sintam responsáveis. Porque isso?

                Porém, estimulo parecido ganham os jovens na criação e articulação de atividades pontuais, como as missas (consciência negra, aniversário do grupo e da Pastoral, da Mulher e etc.), festivais culturais, festas, e até mesmo encontros formativos (a critica a estes é feita, quando não estão dentro de um processo maior, sem nexo com outras atividades). Isso, atrelado à falta de grandes bandeiras de luta nacionais, que dialoguem com a realidade Juvenil, faz com que a PJMP nas bases, tenha se transformado numa “Pastoral de Eventos” e com pouca objetividade.

                Mauro Kano, no Seminário Nacional de Militantes da PJMP (Salvador, 2011), dizia que o papel do militante é de “Dar salto de qualidade à organização”. Partindo deste pressuposto, é papel nosso, enquanto militantes que pensam a PJMP a nível Nacional, identificar, discutir, deliberar e principalmente formular (para subsidiar os grupos, para que não seja algo desconexo dos jovens) grandes linhas de atuação, bandeiras de luta, que orientem o trabalho da PJMP nos quatro cantos do País, respeitando suas especificidades (na linguagem empregada), mas unificando as ações. Quando os braços são poucos (Qual é o nosso tamanho dentro de um universo de 50.935.326 Jovens de 15 a 29 anos segundo o Censo 2010?), eles devem mais do que nunca, trabalhar de forma unificada, organizada e orientada.

                A PJMP é múltipla, mas deve ser cada dia mais una, para que o sentido de pertença dos jovens aumente, e para que ganhemos força para enfrentar os desafios futuros.

                A XV ANPJMP deve ser um espaço de aprofundamento deste e de outros debates, e nunca, ponto de chegada. Mas espero que até lá, os companheiros e as companheiras se debrucem sobre este tema. E que o processo siga de forma dialética, de acordo com a conjuntura. Devemos estar sempre atentos aos sinais do tempo para preparar nosso exercito para as batalhas.

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2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns Neyl ... acho que discutir a necessidade de uma releitura metodológica e dos fundamentos da PJMP tendo em vista a atualidade, não é só necessária, é uma condição de sobrevivência.

Neyl Santos disse...

Obrigado Ítalo! É por acreditar nessas nas suas palavras que me motivei a escrever para o conjunto da pastoral.
Espere que nos proximos dias tem mais!

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