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Primeiro Dia de Trabalho

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014 | Neyl Santos

Primeiro Dia de Trabalho

Ele vestiu seu uniforme, orgulhoso, era o seu primeiro dia no novo emprego. Chegando lá, foi logo para uma blitz, entusiasmado, empunhou o apito, e ordenou que o primeiro veículo parasse. E parou.

Logo de cara, verificou uma infração. O veículo estava com excesso de passageiros, e de tão excedida, a lotação não o permitiu entrar. Um absurdo, pensou ele. Depois de um breve desentendimento, adentrou finalmente no veículo, de modo a constatar que o motorista estava sem sinto de segurança, pasmem, ninguém usava aquele instrumento de segurança obrigatório. Andou mais um pouco, e questionou uma mãe, o motivo pelo qual, ela levava sua filha no colo, "Cadê a cadeirinha?" antes de ouvir a resposta, indignado, ele pegou a caneta, o bloco, o continuando a andar começou a anotar as infrações: Excesso de passageiros, não uso do sinto de segurança, vidro quebrado... Parou.

Parou diante de outra criança no fundo do veículo, esta, não estava no colo de sua mãe, mas sim, nos braços de seu pai, um senhor de meia idade que brigava por um espaço em pé como tantos outros homens. Revoltado ele desceu, e sem dar margens para o que o motorista tinha a falar, foi logo dizendo que estava metido numa enrascada. A lei existe para ser cumprida, e que estava ali para garantir que este fim fosse alcançado.

Foi à frente do veiculo para anotar a placa e só aí percebeu que era um ônibus.

Desejou bom dia ao motorista, se desculpou pelos transtornos, e deixou-o partir.

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