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Vi a Felicidade

domingo, 5 de agosto de 2012 | Neyl Santos

Vi a Felicidade


Meu cumpade... Eu vou te contar uma história rapaz que tu num vai acreditar mas nem que a vaca tussa! Mas veja só...

Aconteceu um dia desse, o céu tava desabando em chuva 'cumpade', eu tava em casa aperreado botando as panela nas pingueira, pensando que ia ter que pagar pro meu burro aprender a nadar... Mas de repente, graças à Nossa Senhora das Panela Cheia, São Pedro se cansou e foi tirar um cochilo numa rede, aí a chuva começou a parar, e antes que ela terminasse de terminar a parar, já tinha terminado de vez. É... Foi vapt vupt!

Assim que a chuva parou, o sol aproveitou pra dar uma voltinha... Esticar as perna, sabe como é né?! Nesse momento rapaz, apareceu na janela de casa, um troço todo colorido que começava num sei onde e terminava onde o diabo perdeu as bota. Fiquei ali, admirando, feito menino pra rabo de saia, até que mainha apareceu e disse que o nome daquilo era ARCO-ÍRIS. Isso mermo... AR-CO-Í-RIS! Pense num nome chique! E falou mais... Disse que no pé do ARCO-ÍRIS tinha um tesouro pra quem o achasse.

Nessa hora eu cuspi no chão, e antes que secasse eu já tava na porta correndo pro arco-íris.

Mas eu corri cumpade, pense numa corrida acelerada! Eu corri mais do que gato fugindo de cachorro. Eu fui correndo, correndo, correndo, caia e levantava, caia e levantava, caia e levantava quando meus olhos avistaram um frei de mão pras minhas perna, eu tava tão velocidado cumpade que mermo com o frei de mão puxado ainda corri uns 50 metro pra poder parar.

Quando finalmente parei, meu queixo foi no chão e voltou com a cena que avistei. O arco-íris ia caindo, caindo, caindo até cair de vez num terreno protegido com uma cerca.

A cerca? A cerca era grande! Feita de pés de Pampola toda florida. Não tinha nem uma porteira pro caba se ralar no chão e passar por de baixo. Fiquei ali admirando com os pés ainda fumaçando, pisando o chão rachado lá das bandas de Desilusão.

Fui me achegando de vagazim, por ali e coisa e tal, quando cheguei na beira da cerca cumpade, eu achei uma brecha. EU ACHEI UMA BRECHA! acredite se quiser! Eu me meti nessa brecha  fui passando no mei das folhas, me arranhando nos mei dos galho até que conseguir botar a cara do outro lado.

Meu cumpade, tu num vai acreditar... Eu, que vi, num acreditei! Eu vi um monte de gente brincando e sorrindo num jardim todo florido cumpade. Mas como é que pode um lugar lindo daquele ser do ladinho de Desilusão? Aquele é o lugar mais bonito do mundo! Tava todo mundo feliz e alegre...

Até que conseguir avistar o tesouro. EU VI O TE-SO-U-RO! É... Mas num é desses tesouro do mundo que com o tempo perde valor não... É tesouro divino! O arco-íris ia descendo cumpade, até encontrar com um raio de sol que estava tocando no sorriso de uma menina!

É... aquela menina pequena, magrinha, tava dançando dentro de uma bola brilhante que parecia um troço de atmosfera que aprendi uma vez na escola. Toda feliz. Parece que era dela que nascia tanta felicidade. Eu nunca vi coisa como aquela, mas era tanta felicidade que eu, acostumado a ir no máximo até Desilusão fiquei espantado e sair correndo de lá. Na merma velocidade que fui eu voltei, me danei no quarto e tranquei por dentro. Por quê né possível que aquilo exista um reino de felicidade do lado de Desilusão.

E aquela figura, do meio do reino? Ficou na minha cabeça que nem retrato na parece, que dormir três dias e sonhei quatro com ela, e somente agora eu to te falando porque to querendo ir morar com ela.

Se um dia sumir avise a mainha que não se avexe que eu to morando no reino da Preta de felicidade e mando noticia assim que lembrar da vida.

Neyl Santos

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