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Um Texto Sem Nexo

sexta-feira, 18 de maio de 2012 | Neyl Santos

 Ontem, no final de expediente de uma quinta-feira, eu, um companheiro e uma companheira demos uma pequena pausa na guerra para conversar um pouco e tomar uma cerveja.

 Cada um com seu motivo, cada um com suas angustias mas paramos. Na mesa, um clima de total reflexão. Um falava, falava e falava, sua fala era seguida por um grande hiato, e depois era a vez do próximo que seguia no mesmo tom. Na pauta, vários assuntos de um só tema, A Vida!

 Cheguei em casa, fui direto pro meu quarto de onde não sair até agora ao amanhecer. Acordei meio sem querer, ainda antes das cinco. No peito uma vontade louca de falar, de escrever algo, mesmo que sem nenhum nexo com nada (como essas linhas), escrever uma daquelas paginas que depois de um ou dois dias jogamos fora porque não nos interessa guardar a dor. Foi então que lembrei que tenho um blog, e que o nome desse blog é "Um muro em branco" e que a ideia deste blog era de escrever. Como ele quase não é atualizado e quando é, é com assuntos que não interessa, resolvi escrever aqui, com a plena certeza de que estou escrevendo apenas pra mim, e no máximo, para uma ou duas pessoas que por ventura aqui venham parar depois de uma pesquisa mal sucedida no Google.

 Escrevo mesmo sem saber o que estou escrevendo, e a ideia é essa, é mostrar que atrás de todo militante, existe um ser humano, munido de falhas, medos, incertezas. Que não adianta nada tentar resolver os grandes conflitos e contradições de nossa sociedade se não resolvemos os nossos conflitos pessoais. Talvez seja por isso que a tanto tempo não paro para escrever...

 E assim vou escrevendo, tentando aos poucos relatar a confusão que está em minha cabeça. São exatas 6h, minha mãe já levantou pra ir ao trabalho, e eu aqui, parado no tempo e na historia, com uma xícara de café cheio de açúcar na minha frente. Pensando... Será que vale a pena sonhar?

 Será que vale a pena acreditar nas pessoas, acreditar no amor, acreditar na politica, acreditar na vida? Será que a vida não é apenas uma sentença ao qual todos fomos condenados a cumprir em cima desta bomba-relógio chamada terra, tendo que trabalhar apenas para comer e enchendo a cabeça de bobagem no tempo vago? Será que a vida não tem que ser compartilhada apenas com alguém que esteja do nosso lado, para satisfazer nossas necessidades dividir as contas no final do mês ou o trabalho de casa e de fora? Será que sou mesmo capaz de usar este anel preto que em minha mão existe? Será que o povo do qual eu sou parte, quer o que eu quero pra ele?

 Hoje entendo perfeitamente que a vida é muto curta pra ser entendida, por isso deve ser apenas vivida. Mas... Será que eu sou capaz de jogar tudo pro alto e virar apenas mais um?

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