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Sem Começo

segunda-feira, 14 de maio de 2012 | Neyl Santos


Sem Começo

É difícil começar a falar de algo que não tem começo, que um dia encontrei no meu quintal, grande, de raiz fincada e todo florido. Só pude pensar com meus botões "Como nunca tinha visto?"

Menina criança do cabelo lambido, branca feito boneca de porcelana motivo de riso de um menino moleque. Menina moça de lindo cabelo enfeitado com uma rosa, bonita perfeita boneca de pano motivo de suspiro de um homem menino. Não sei quando nem porque, mas aconteceu.

Me peguei olhando vidrado babando, esperando o final da missa pra te cumprimentar. Naqueles momentos, eu desajeitado dizia um ou dois ois, tudo bem e coisa e tal. Uma eternidade em um lampejo de tempo que quando notava já era lembrança.

Meus amigos soubera, o encanto era visível  Até criaram formas de a sós nos deixar. Mas eu vergonhoso e cheio de medo não tive coragem de me declarar.

Hoje isso já não é mais segredo, continuo vergonhoso e cheio de medo, não tenho começo estou bem no meio, mas sei qual é o final que eu quero chegar.

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