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Um Gol de Placa

domingo, 17 de novembro de 2013 | Neyl Santos

No país do futebol, onde craques sempre fizeram parte do imaginário e da lembrança popular, o povo estava carente de uma grande estrela, de um grande ídolo, de alguém pra vestir a dez e trazer de volta o tolo sentimento de patriotismo.

Num país onde rico não vai pra cadeia - e não vai mesmo, onde o povo não gosta de politica, onde todo politico é ladrão, onde bandido bom é bandido morto. Num país onde o a justiça é lenta e o povo é preguiçoso, precisávamos de um super herói.

E eis que ele apareceu!

No inicio, não era muito acreditado. Os donos do poder não confiavam naquele jovem atleta. Ele fora indicado pelo abominável cartola que popularizou os até então elitizados corredores do clube. Não poderia ser... Mas ele, logo tratou de vestir a dez e chamar a responsabilidade pra si.

Os poderosos então, resolveram acreditar, mas, desacreditando. Colocaram a jovem promessa sob a constante vigilância de todos os holofotes possíveis. Chamaram um time de várzea, marcaram um amistoso, rotularam de copa do mundo. O Povo carente, comeu!

O problema é que a já jovem estrela brasileira, gostou dos holofotes e do foco, não quis sair. Driblou o até então aceito, deu um balão na racionalidade arrumou um jeito, não podia sair daquele famigerado jogo sem marcar o gol. Inteligente que é, tinha se preparado e preparado seus pares (tão vaidosos quanto) durante meses para aquela partida. Justificou o injustificável para justificar a confiança que os donos do jogo lhe tinham confiado, não fez feio.

No momento exato, passou por cima das regras e fez um gol, de placa, inimaginável do ponto de vista legal. Se tornou craque, se tornou ídolo  se tornou super herói!

O futuro disto? Não sei. Foi aberto um precedente muito perigoso, e não podemos supor quem será a próxima vitima da vaidade de um dos homens mais poderosos do país (e que está comprovadamente a serviço dos demais caciques), só espero que não seja, o povo brasileiro.

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