O PSBismo Pernambucano
domingo, 6 de janeiro de 2013 | Neyl Santos
Nos últimos anos, o estado de Pernambuco tem passado por fortes transformações em todos os setores. O produtivo porém, com grandes investimentos do Governo Federal e a atração de industrias para o estado, tem se destacado neste aspecto. Pernambuco virou vitrine para o País. Aqui, reza a lenda, não existe desemprego, a educação vai de vento em popa, reduções dos índices de homicídios, saúde de primeiro mundo. O estado virou um canteiro de obras, a Arena Pernambuco e os jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo e mais uma serie de exemplos. Tudo isso atrelado a um profissional sistema marketing faz com que a população pernambucana endeuse o senhor governador Eduardo Campos. Neste momento, mais do que nunca, se faz necessária uma analise mais profunda dos acontecimentos, para se ter noção da transformação que de fato acontece em nosso Estado.
O PSBismo pernambucano é baseado numa politica de "Meritocracia" e é marcado sobre tudo por fortes contradições. Em todos os sentidos. É um sistema que visa como resultado, as estatísticas, os números mesmo que em detrimento do bem estar, das particularidades das pessoas. Os Pernambucanos e as Pernambucanas, se transformaram em números na tela do computador de nosso governador, e o pior, está virando numero para o resto da população brasileira, tendo em vista que esses resultados são apresentados em todo país, numa tentativa megalomaníaca de viabilizar uma candidatura em 2014.
Aos servidores, metas são impostas à todo momento. Na educação por exemplo, parte dos repasses feitos às escolas e aos profissionais, tem como critério a taxa de repetência dos alunos. Quanto mais se aprova, mais se tem dinheiro, transformando os estudantes em apenas moeda de troca. Enquanto os professores continuam sem ter o piso salarial nacional respeitado, no segundo semestre de 2012 tablets foram distribuídos entre os estudantes da rede pública a partir do segundo ano do ensino médio (justamente aos estudantes na faixa etária de 16 anos), em alguns casos, o governador foi pessoalmente fazer a entrega, sempre acompanhado por aqueles, que semanas depois apareceriam como candidatos a prefeitos. E agora, inventou de enviar estes mesmos estudantes, para intercâmbio fora do país, enquanto que as escolas da rede, continuam sem o minimo de conforto, e em algumas, sem nem mesmo as condições básicas para desenvolver o aprendizado. Inversão de prioridades? Investimento "para gringo ver"?
Na saúde a situação é muito parecida. Um novo modelo urgencista e emergencista ganha espaço, em detrimento da atenção básica. Os grandes hospitais de emergência, e agora as UPAS para os atendimentos de urgência são os grandes investimentos do (des)governo para a área. Como se já não fosse o bastante, a saúde está sofrendo um processo pior que das privatizações. No caso das UPAS, o (des)governo constrói o prédio e entrega nas mãos de empresas para que essas administrem inclusive com politica própria e com verbas mensais do estado. O sistema se expande sem nem ao menos, necessidade de concurso publico para profissionais.
O Polo industrial de Suape é também um dos grandes orgulhos do senhor Eduardo Campos, Porém aos trabalhadores não é dada as minimas condições de trabalho, quanto mais, de vida. Muitos do que lá trabalham vivem em alojamentos sub-humanos oferecidos pelas empresas e sem o minimo de controle do (des)governo. Paralisações e greves já são rotineiras, como rotineira é a repressão por parte do (des)governo (usando instrumentos como a Policia que na verdade, voltou a ser usada para defender os interesses privados) aos trabalhadores e trabalhadoras.
Para o bairro do Recife Antigo o senhor Eduardo Campos sonha um Polo empresarial. Para isso, ele precisará transferir os grandes eventos da Praça do Marco Zero para outro local, que ao que tudo indica, será a Arena Pernambuco (falam que receberá grandes eventos mais sem especificar quais). Essa ação, muito perto de virar realidade já que agora conta com o total apoio da prefeitura do Recife, causará um grande prejuízo à nossa população, que ficará, mais excluídas dos eventos culturais de nossa cidade.
Para não me alongar muito, quero lembrar por ultimo da forma como tudo isso é coordenado. Greves, e paralisações são enfrentadas à "mão de ferro", enquanto que às manifestações de rua é na base da bomba de efeito moral, gás lacrimogênio, bala de borracha e spray de pimenta, vide as manifestações contra o aumento das passagens da RMR em Janeiro de 2012.
Pernambuco está vivendo na realidade, um momento de ilusão. Ilusão da qual eu não serei conivente, e espero que os movimentos sociais e populares tenham clareza do caminho que estamos trilhando. Que assumam suas trincheiras, e que mobilizem o povo. Tudo o que está sendo feito são importantes tarefas, mas precisamos avaliar a que custo estão vindo. Medidas paliativas que visam resultados eleitorais só tendem a piorar a situação, além de não elevar o nível de consciência da classe trabalhadora, sendo esta, tarefa fundamental dos Movimentos nesses dias, preparando a resistência para o pior, que acreditem, ainda está por vir.
Tags: Eduardo Campos, Pernambuco, Política, PSB | 2 comentários
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2 comentários:
Texto muito foda, parabéns ao autor. Compartilho de suas ideias... em pouco tempo com uma análise superficial percebi os mesmo (presentes e futuros) problemas. Fico muito feliz ao ver que temos pessoas pensantes.
Mais um vez parabéns. Icaro Fernandes - Graduando em Letras pela UPE
Grato Icaro!
É preciso ampliar essas discussões para impedir que esse modelo de gestão se torne tendencia.
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