O Dia Em Que o Padre Faltou
domingo, 18 de março de 2012 | Neyl Santos
A PJMP de Olinda e Recife promove um curso de formação continuada para jovens que é dividido em módulos durante o ano. Na temporada 2010, um grupo de pessoas orgânicas nos assuntos referentes à pastoral sentou e viu que o processo estava se dando de forma pouca produtiva, os Módulos (como o curso é popularmente chamado) não estavam atingindo seus objetivos. Identificamos os problemas, avaliamos as causas e apontamos possíveis soluções que foram apresentadas a Comissão Diocesana, que decidiu realizar mudanças no Módulo que estava por vir. Era o ultimo, e uma equipe foi delegada para organizar as historias.
A programação estava pronta e contava com uma missa na noite do sábado, presidida por Pe. Gimesson, O Padre referencial da juventude na arquidiocese. Tudo certo, tudo caminhando até que faltando poucos dias, recebo uma mensagem do padre comunicando que tinha um casamento marcado pro mesmo dia do encontro e que por um descuido permitiu que o choque de data. Comuniquei imediatamente as pessoas que junto comigo compunham a coordenação, mas não tive resposta aos e-mails e mensagens. O que fazer? Foi a pergunta que ficou em minha cabeça.
No primeiro dia de encontro, após a acolhida dos participantes, sentei com Débora e CIdicleiton, e coloquei o problema da noite seguinte, o Companheiro Cidi, de imediato falou que não tinha problema, não era porque o padre não podia está presente que o encontro ia deixar de ter o momento de celebração, Então nos dedicamos a organização do momento. No Sábado, durante todo o dia ficamos entre uma atividade e outra, correndo atrás de coisas que enriquecessem a celebração. A Noite chega, e pedimos desculpas aos participantes pela ausência do Padre, e explicamos o que iria acontecer.
A celebração? Linda! No mais amplo sentido da palavra. Um pequeno altar foi montado no jardim, sobre a mesa, uma cruz feita com cana de açúcar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida a nossa mãe negra, além de vela, flores, pedras e a bíblia. Iniciamos com um momento de ato penitencial, refletimos a causa negra, lemos o evangelho sob a lanterna de um celular, a lei áurea (em ocasião do dia da consciência negra), comentamos coletivamente os textos. Dividimos o Pão com leite e mel em um grande circulo onde abraçados via os outros de um a um molhar o pão no mel diluído no leite e entregar na boca do irmão ao lado. Terminamos o momento com um momento de gloria, onde dançamos muito afoxé, ciranda e tudo o que temos direito.
Conclusão? É bom quando temos o aparato da igreja-instituição, mas é melhor ainda, saber que mesmo quando esta não pode ou não quer nos ajudar (que não foi o caso), nossa fé se manifesta de forma natural. Porque temos ciência que o Deus pai está conosco em qualquer situação.
Tags: Igreja, Pessoal | 0 comentários
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